Pedro Martins pediu demissão do cargo de CEO do Santos nesta terça-feira (27/05), encerrando um ciclo conturbado de cinco meses à frente do departamento de futebol do clube. A saída ocorreu após um impasse com a diretoria, que queria realocá-lo exclusivamente para a área administrativa, removendo-o do comando esportivo — proposta rejeitada pelo executivo .
Conflitos internos e resistência à modernização
Martins chegou ao Santos em dezembro de 2024 com a missão de profissionalizar a gestão, mas esbarrou em estruturas arcaicas e resistência de setores tradicionais do clube. Sua declaração em abril de que “o saudosismo vai matar o Santos” gerou desconforto entre conselheiros e torcedores, além de inviabilizar a contratação do técnico Jorge Sampaoli, que recuou após a entrevista . O executivo também enfrentou oposição interna em decisões como a manutenção do atacante Gabriel Veron, multado por indisciplina, e a defesa de processos modernos de gestão, vistos como ameaças por grupos consolidados .
Crise esportiva e custos milionários
O momento crítico do time — eliminado na Copa do Brasil e na zona de rebaixamento do Brasileirão — intensificou a pressão. A demissão do técnico Pedro Caixinha, contratado por Martins, deixou um prejuízo de R$ 15 milhões (incluindo multa e comissão técnica), com o caso agora na FIFA . Outros problemas incluíram:

- Contratações polêmicas: Apesar de trazer nomes como Neymar (articulado pelo presidente Marcelo Teixeira) e Tiquinho Soares, o elenco montado por Martins não evitou a crise esportiva .
- Falta de apoio: Torcidas organizadas chegaram a ameaçar o executivo, enquanto o Conselho Deliberativo cobrou mudanças imediatas .
Reorganização frustrada e legado
A diretoria propôs que Martins ficasse apenas na área administrativa, mas ele recusou, alegando que a divisão de funções sabotaria seu projeto. Sua saída deixa o Santos em busca de um novo CEO, enquanto o ex-executivo — que havia sido campeão da Libertadores pelo Botafogo em 2024 — parte criticando a “estagnação” do clube .
Próximos passos: O Santos agora precisa resolver pendências como o caso Caixinha na FIFA e definir se manterá Veron no elenco. A torcida, por sua vez, espera que a saída de Martins não signifique a perpetuação de métodos ultrapassados.

Martins havia substituído Paulo Bracks e Alexandre Gallo, herdando um Santos recém-promovido à Série A. Sua gestão apostou em nomes experientes (como Zé Rafael) e jovens (Rollheiser), mas a falta de tempo e apoio inviabilizaram o plano.
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