O Santos divulgou, nesta semana, uma nota oficial em seu site para esclarecer dúvidas e rebater informações consideradas falsas a respeito da proposta de reforma do Estatuto Social do clube. O tema tem gerado intensa discussão entre torcedores, conselheiros e associados, especialmente por conta de especulações sobre uma possível transformação do Peixe em SAF (Sociedade Anônima do Futebol).
Apesar da tentativa de esclarecer o processo, o comunicado ainda levanta questionamentos, já que a votação do texto deve ocorrer de forma setorizada entre os conselheiros, mas em bloco único na assembleia geral dos sócios. Essa diferença de formato é um dos principais pontos de divergência dentro do clube.

Pontos centrais da proposta de reforma
A proposta de mudança no estatuto inclui alterações estruturais importantes na governança do Santos, como:
- Fim do atual Comitê de Gestão, com a criação de um Conselho de Administração;
- Possibilidade de remuneração para presidente e vice-presidente;
- Exigência de mais de dez anos de associação e três mandatos no Conselho Deliberativo para candidatura à presidência;
- Alteração no tempo mínimo de associação para ter direito a voto, passando de três para cinco anos;
- Adequações para possível implementação de uma SAF, ainda que o clube destaque que não há projeto em andamento nesse sentido.
Essas mudanças têm sido debatidas intensamente entre conselheiros e sócios, especialmente por representarem uma reformulação profunda na estrutura política do Alvinegro Praiano.
O que diz o Santos
Na nota publicada, a Mesa Diretora do Conselho Deliberativo e a Comissão Permanente do Estatuto (CE) reforçam que o processo ainda está em fase inicial e que o objetivo é modernizar o estatuto, corrigindo distorções e preparando o clube para o futuro.
O texto destaca ainda uma série de pontos para combater o que o clube classifica como “desinformação e notícias falsas”. Entre os esclarecimentos, o Santos afirma que:
- O voto online não será extinto, mantendo-se como direito dos sócios;
- A votação dos conselheiros será setorizada, por temas e emendas específicas;
- O Comitê de Gestão não participou da redação da proposta, que é de autoria exclusiva da Comissão do Estatuto;
- O clube contratou o escritório Monteiro de Castro Setoguti Advogados, especialista em SAFs, para assessoramento jurídico;
- Nenhuma mudança entrará em vigor sem aprovação final dos conselheiros e posterior votação em assembleia geral dos sócios.

Debate segue quente na Vila Belmiro
A proposta de reforma foi apresentada oficialmente no Conselho Deliberativo no último dia 9 de outubro, dando início ao prazo de 30 dias para apresentação de emendas pelos conselheiros. Após essa fase, o texto final voltará a ser analisado e votado.
Mesmo com os esclarecimentos, o tema continua dividindo opiniões entre torcedores e membros internos do clube. De um lado, há quem veja a reforma como necessária para modernizar a gestão; de outro, surgem preocupações com possíveis brechas que facilitem a transformação do Santos em SAF — algo que parte da torcida ainda rejeita.
A nota termina com um apelo à unidade da torcida, destacando que o momento é de concentração total na reta final do Campeonato Brasileiro e pedindo o fim das “vaidades e interesses pessoais” que possam tumultuar o ambiente.
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