Conselheiros do Santos pedem expulsão de Daniel Alves, membro do Comitê de Gestão; presidente aguarda apuração da CIS antes de tomar decisão
O Santos vive mais uma turbulência nos bastidores. Um grupo de conselheiros protocolou nesta quarta-feira (16) dois abaixo-assinados pedindo a expulsão de Daniel Alves do quadro associativo do clube. Membro do Comitê de Gestão presidido por Marcelo Teixeira, o dirigente é acusado de favorecer seus filhos nas categorias de base e de ter interferido na contratação de um jogador jovem.
Os documentos, que reúnem cerca de 70 assinaturas, foram entregues ao presidente do Conselho Deliberativo, Fernando Akaoui, e aumentaram a tensão política interna. O episódio cria uma nova onda de pressão sobre Marcelo Teixeira, que já vinha sendo cobrado por aliados e opositores quanto à postura do dirigente.
Segundo os conselheiros que lideram o movimento, há conflito de interesses nas ações de Daniel Alves e indícios de “conduta incompatível com os valores do clube”. Entre as denúncias, está a alegação de que os filhos do dirigente permaneceriam na base por influência paterna, sem atender aos critérios técnicos exigidos. Um deles, inclusive, teria participado de um treino com o time profissional sob o comando de Cléber Xavier, mesmo sem estar autorizado.

Fonte: Portal GE
Além disso, o grupo acusa Daniel de mentir em plenário sobre o vínculo de um dos filhos com o clube. Segundo o documento, o dirigente afirmou que o atleta já tinha contrato, mas o registro no BID da CBF foi feito apenas dois dias após a reunião. Há também a denúncia de que o dirigente teria vetado arbitrariamente a contratação de um jogador vindo do Vasco, que já havia sido aprovado e se mudado para a Baixada Santista.
Defesa de Daniel Alves
Procurado pelo ge, Daniel Alves negou todas as acusações e apresentou documentos que, segundo ele, provam sua inocência.
“Absolutamente todas as alegações foram derrubadas com provas documentais”, afirmou em nota. O dirigente anexou relatórios técnicos da base e cópias do contrato do filho, assinado em 27 de agosto, antes da reunião de 2 de setembro.
“Os protocolos de avaliação das divisões de base do Santos foram seguidos rigorosamente. Quanto ao goleiro do Vasco, tratou-se apenas de um ato administrativo. Um jogador foi oferecido, avaliado e não foi aprovado pelo Comitê de Gestão”, explicou.
Daniel lamentou o momento das acusações: “Em um momento difícil da temporada, quando todos deveriam estar unidos pelo Santos, é triste ver tentativas de tumultuar o ambiente”.
Próximos passos
Com o recebimento dos requerimentos, o Conselho Deliberativo encaminhará os casos à Comissão de Inquérito e Sindicância (CIS), responsável por investigar os fatos, ouvir a defesa e emitir um parecer.
Após a conclusão, o relatório será submetido à votação no Conselho, que decidirá se Daniel Alves será afastado do cargo e expulso do quadro associativo.
Enquanto isso, o dirigente segue com trânsito livre no clube — acompanhando treinos, jogos e frequentando o camarote presidencial do estádio do Santos.
A crise interna reforça o clima de instabilidade na gestão de Marcelo Teixeira, que tenta equilibrar as pressões políticas com o foco esportivo em um momento decisivo da temporada.
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 Por: Luis Gustavo Marine Marine
 Por: Luis Gustavo Marine Marine
