Na tarde deste sábado (04), o Santos perdeu para o Palmeiras por 3 a 0, no Morumbi, pela sexta rodada do Campeonato Paulista e mantém um tabu de quatro anos sem vencer a equipe alviverde. O técnico Odair Hellmann tentou acalmar à torcida do Santos, admitiu que há dificuldades de reação, mas que o Alvinegro possui empecilhos para fechar novos reforços.
— Muitas coisas não deram certo, teve gente que não quis vir para cá, que o empresário quis colocar em outro time. Eu não estou em Santos olhando para as praias, estou trabalhando. Muitas vezes recebemos nãos. Você fica três ou quatro dias na esperança de sair uma negociação e ela não acontece. Estamos buscando desde o primeiro dia, estamos tentando, mas estamos recebendo muitos nãos. Queremos trazer jogadores que qualifiquem o elenco e nos ajudem.
— Parece que não estamos correndo atrás, mas estamos. Em uma mesma função, já tentamos mais de cinco jogadores e não conseguimos. Estamos tentando. Eu, amanhã, tenho que dar treinamento. Tenho que trabalhar nessa parte de reforços, mas eu preciso pensar no time também. Daqui dois dias tem jogo. Eu estou esclarecendo para torcedor que tentamos, buscamos, fomos atrás. Não conseguimos porque, muitas vezes, não tínhamos dinheiro – afirmou Odair.
O Santos continua com apenas seis pontos no Paulistão após a derrota no clássico, e começa a ligar o alerta e se preocupar com a zona do rebaixamento, como aconteceu nas duas últimas temporadas. Odair acredita que o momento seja para achar tranquilidade e fazer com que o time renda mais.
— Vou continuar trabalhando e acreditando que a gente possa estancar e consiga buscar o resultado que nos dê possibilidade de classificação, mas principalmente regularidade e estabilidade para que passe esse momento. Eu acredito, estou trabalhando muito. São muitos contextos, temos que ter tranquilidade. A tranquilidade é ter um ambiente com estabilidade para que possamos seguir em frente, buscar o placar, ganhar o jogo, para que as coisas comecem a acalmar. Muitas situações acontecerem, as perdas de jogadores com as quais eu não contava. Isso traz um prejuízo grande para todos. Mas vamos continuar trabalhando e acreditando para dar essa resposta de regularidade.
— Estou dando moral para todos, tentando tirar o peso da cobrança, é uma dificuldade técnica que não vem de agora, vem de dois anos. Isso se reflete quando você empata dois jogos em casa. Foi a nossa melhor partida (contra a Ferroviária). Hoje, precisaríamos convencer. Estamos tentando escolher as melhores peças, encontrar um equilíbrio. No meio do processo, perdemos o Soteldo, o Carabajal, Rodrigo, Felipe, agora o João Paulo. São muitas situações que eu não contava, isso gera dificuldade com toda essa pressão. Cabe a mim saber reconhecer, mas passar, fortalecer e encorajar o grupo, buscar soluções. Precisamos encontrar uma vitória para encontrar tranquilidade e calma. Se não tiver um momento de tranquilidade para respirar, as coisas não vão ter um futuro próximo e vão ter muito mais dificuldades.
O técnico não fez críticas a jogadores diretamente.
— Não é o momento de ficar apontado o dedo. Eu, como treinador, fazer as correções, falar sobre os erros, mas internamente. cobrar, conversar, mostrar vídeo. Mas vou lá buscar o rapaz, dar um abraço, dizer que estou contigo, acredito em você, no time. Trabalhar para que reverta essa situação para gerar essa tranquilidade para trabalhar. O atleta precisa de confiança. Se perde a confiança, reflete na parte técnica.
Odair entende antes de tomar o primeiro gol do Palmeiras, o Santos fazia uma boa partida. Em seis rodadas, o Santos saiu atrás no placar em cinco. Na única que isso não aconteceu, o time empatou sem gols com o Água Santa.
— Até os 22 minutos, o jogo estava normal. Nós conseguindo marcar bem, buscar algumas saídas. Aí sai um jogador do campo e justamente toma o gol no primeiro pau onde o jogador era daquele posicionamento. As coisas estão acontecendo contra nós. O Marcos Leonardo era do primeiro pau, o desvio foi no primeiro tempo. Aí desestabiliza porque é a quarta ou quinta partida que sai atrás. Quando toma um gol, a característica do time é dar uma caída. Quando recuperava a posse, não conseguia fazer a transição de forma mais limpa. Aos 49, toma um gol de novo em desvio no primeiro pau. Já tinha perdido o goleiro, poderia pensar em substituições diferentes. Tudo isso gera dificuldade. Quando falo calma e tranquilidade, não é morosidade, não ter energia.
Além dos resultados ruins, o Santos enfrenta a insatisfação dos torcedores. Nesta semana, membros das torcidas organizadas do Santos, invadiram o CT Rei Pelé para cobrar jogadores e o presidente Andres Rueda.
— O torcedor não está tranquilo, não está tranquilo há dois anos e meio. Como que eu vou chegar aqui e pedir para o torcedor ficar tranquilo? Eu, como comandante, não posso deixar de trabalhar. Não tenho tempo para treinar, mas tenho que encontrar solução. Eu acredito. Respeito o torcedor que está chateado, mas preciso olhar para a frente. Preciso treinar o time, buscar confiança. Se repetirmos a partida que fizemos na última quarta-feira, estamos mais perto da vitória. É nisso que eu acredito. Agora, eu não vou falar para o torcedor ficar tranquilo. É o momento de estarmos juntos, precisamos nos fortalecer, mas eles estão chateados. Eu também estou. Vou para casa agora, pensar e pedir para Deus que ninguém mais se machuque. Preciso pensar em uma estratégia.
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