As duas últimas vitórias do Santos FC — sobre equipes que ocupam a parte mais baixa da tabela — trouxeram aquilo que o torcedor mais desesperadamente buscava nesta reta final: alívio.
Sim, alívio. Não comemoração.
O Santos FC chega à última rodada dependendo apenas de um empate contra um Cruzeiro que deve entrar em campo com time reserva. A chance real de permanecer na Série A é concreta, palpável e, dentro do contexto da catástrofe que foi 2025, até reconfortante. Mas é justamente aí que mora o perigo: não podemos transformar um mínimo aceitável em motivo de celebração.

Um clube gigante não pode considerar “vitória” sobreviver
O Santos tem uma das maiores folhas salariais do país. Investiu pesado, contratou nomes de impacto, voltou a ter Neymar por alguns meses, recebeu reforços, trouxe técnicos, trocou técnicos, e mesmo assim passou o campeonato inteiro tropeçando, sofrendo, colecionando vexames e flertando com um rebaixamento que seria devastador.
Sobreviver não é mérito.
É obrigação.
E quando a obrigação vira festa, a mediocridade se instala.
2025 foi vexatório do Santos FC — e precisa ser tratado como tal
O torcedor, no calor do momento, tem todo o direito de soltar o ar preso no peito, agradecer pela sorte, pela estrela de Neymar, pelos gols decisivos, ou até pelo desespero do adversário. Mas a instituição Santos FC — esta sim — precisa olhar para a temporada como o que ela foi: uma vergonha esportiva e administrativa.
Não há como relativizar.
Não há como dourar a pílula.
Não há como sustentar que o roteiro deste ano é parte de um plano ou de um processo.
A responsabilidade tem nome e sobrenome
A continuidade da cobrança em cima da gestão de Marcelo Teixeira não só deve permanecer, como precisa aumentar.
Foi uma temporada marcada por decisões equivocadas, contratações mal planejadas, falta de direção clara, problemas de bastidores e escolhas administrativas que ecoaram dentro de campo.
Uma gestão que entrega um Santos gigante, caro e historicamente vencedor à beira do abismo não pode ser tratada com condescendência porque o time escapou — ou deve escapar — na penúltima curva.
Se há algo que o torcedor precisa aprender com 2025, é que a crítica não pode morrer quando a bola entra, principalmente quando as estruturas continuam quebradas.
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