Opinião: Gabriel Brazão merecia ser convocado para Seleção, mas ainda bem para o Santos que não foi

Quando Ancelotti divulgou a lista de goleiros da Seleção Brasileira para os jogos contra Equador e Paraguai, muitos santistas estranharam a ausência de Gabriel Brazão. O arqueiro do Peixe vive seu melhor momento desde que chegou à Vila Belmiro e tem números que justificariam, sim, uma chance na Amarelinha. Mas, no fundo, a não convocação foi um alívio para o Santos – e a explicação é simples.

Brazão é hoje um dos goleiros mais regulares do Brasileirão. Com 75% de defesas por chute a gol (a terceira melhor marca entre os titulares da Série A), apenas nove gols sofridos em 11 jogos e participação decisiva em vitórias importantes, como contra Flamengo e Palmeiras, o camisa 1 construiu um currículo que supera o de Hugo Souza (Corinthians) e se aproxima de Bento (Al-Nassr), convocados por Ancelotti. Se o critério fosse apenas desempenho recente, sua ausência é difícil de engolir.

Porém, para o Santos, a permanência de Brazão é uma notícia excelente. O clube vive um momento delicado na tabela (16º lugar) e não pode perder seu principal nome da defesa – ainda mais considerando a fragilidade do reserva Vladimir. Uma convocação, mesmo que por apenas dois jogos, desestabilizaria o setor mais sólido do time. Além disso, a exposição na Seleção inevitavelmente aumentaria o interesse de clubes europeus, e o Santos, que já tem problemas financeiros, não está em condições de recusar boas ofertas.

O futuro pode esperar o goleiro do Santos

Aos 23 anos, Brazão tem tempo de sobra para vestir a camisa da Seleção. Enquanto isso, continuar no Santos é a melhor opção: ganhará experiência como titular absoluto, ajudará o clube a sair da zona de rebaixamento e, se mantiver o alto nível, sua hora na Amarelinha virá naturalmente. Para o Peixe, ter um goleiro em estado de graça – e longe dos holofotes da CBF – é um privilégio que não pode ser desperdiçado. Ancelotti errou? Talvez. Mas o Santos agradece.

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