Por: Alexsander Vieira
O Santos acumula dívidas de R$ 67 milhões com clubes, ex-técnicos e jogadores, incluindo multas não pagas e repasses pendentes. A FIFA já notificou o clube, e o risco de transfer ban aumenta.
O Santos vive um dos momentos mais críticos de sua história financeira, com dívidas acumuladas ultrapassando R$ 67 milhões nos últimos 90 dias. As cobranças incluem repasses não quitados a clubes brasileiros e europeus, multas rescisórias e valores pendentes de transferências, colocando o Peixe em risco de sofrer um transfer ban da FIFA.
A maior dívida individual é com o Cuiabá, que cobra R$ 16 milhões referentes à negociação do zagueiro Joaquim, incluindo parte da venda ao Tigres (MEX) e juros por atraso. O clube mato-grossense já acionou o Santos judicialmente, exigindo o pagamento imediato.
Santos na justiça
Outro caso grave é a notificação da FIFA para quitar R$ 15,9 milhões ao Arouca (POR) pela contratação do zagueiro João Basso. O Santos só pagou a primeira parcela (€500 mil) e agora tem 45 dias para resolver a pendência ou enfrentar sanções.
O Monaco também cobra R$ 12,7 milhões pela última parcela da compra de Jean Lucas, enquanto o Novorizontino exige R$ 2,8 milhões (20% da venda de Lucas Barbosa ao Bragantino). Além disso, o Atlético-MG entrou na lista de credores, reivindicando R$ 5 milhões pela compra obrigatória de Patrick, cujas 12 parcelas mensais sequer começaram a ser pagas.
A situação se agrava com a multa de R$ 15 milhões devida ao ex-técnico Pedro Caixinha, que acionou a FIFA após o Santos não honrar o acordo de pagamento à vista. A diretoria tenta negociar parcelas até 2026, mas o treinador resiste.
Impacto no Futebol e Risco de Transfer Ban
Se o Santos não regularizar essas dívidas, a FIFA pode impor um transfer ban, impedindo o clube de registrar novos jogadores. Além disso, a dívida total do Peixe já chega a R$ 977 milhões, com passivo líquido de R$ 447 milhões, ultrapassando o limite de 10% da receita previsto no estatuto.
Silêncio da Diretoria e Pressão Externa
A diretoria, liderada por Marcelo Teixeira, mantém silêncio sobre o andamento das negociações, aumentando a preocupação da torcida. Enquanto isso, o clube tenta equilibrar as contas com a venda de ativos e o retorno à Série A, que deve aumentar as receitas em 2025.
O Santos precisa urgentemente de um plano de reestruturação financeira para evitar sanções e recuperar a credibilidade no mercado. Caso contrário, o risco de um colapso administrativo se torna cada vez mais real.
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