Santos FC viveu extremos em 2025 e terminou o ano com fôlego renovado; entenda

O saldo poderia ter sido catastrófico, mas terminou positivo. Em um ano marcado por instabilidade, decisões controversas e muitas mudanças internas, o Santos FC encerrou 2025 com motivos para acreditar em dias melhores. No retorno à Série A do Campeonato Brasileiro, o clube conviveu com crises dentro e fora de campo, trocou três técnicos e promoveu três demissões na diretoria, mas conseguiu escapar do rebaixamento e garantir vaga na Copa Sul-Americana de 2026.

A classificação continental, somada às disputas do Campeonato Paulista e da Copa do Brasil, amplia o calendário do Peixe na próxima temporada e simboliza uma virada mínima, porém importante, após meses de turbulência.

Fonte: Portal GE

Três técnicos, crises e um início caótico

O ano começou de forma desorganizada na Vila Belmiro. Após a demissão de Fábio Carille em novembro de 2024, o Santos FC passou semanas sem definir um substituto. As negociações arrastadas com Gustavo Quinteros não avançaram, nem mesmo nos últimos dias de dezembro, e o impasse custou o cargo do então diretor de futebol Alexandre Gallo.

Na sequência, Pedro Martins foi contratado como CEO e trouxe o português Pedro Caixinha. Uma de suas primeiras decisões foi cancelar a pré-temporada nos Estados Unidos, priorizando treinos no CT Rei Pelé. A tentativa de reorganização, porém, durou pouco. Caixinha foi demitido em 14 de abril, após derrota para o Fluminense, no início do Brasileirão, e Martins também deixou o clube pouco depois.

A aposta seguinte foi considerada ousada. Com aval simbólico do pai de Neymar, o Santos FC contratou Cleber Xavier, auxiliar histórico de Tite na seleção brasileira. Apesar do bom conhecimento tático, a experiência como técnico principal foi curta. Em agosto, após a goleada por 6 a 0 sofrida diante do Vasco, no Morumbis, Cleber foi desligado.

A virada de chave veio com Juan Pablo Vojvoda. Após tentativas frustradas com Jorge Sampaoli e Ramon Díaz, o clube apostou no argentino, que havia deixado o Fortaleza meses antes. Admirador da história santista, Vojvoda aceitou o desafio em meio ao campeonato e conseguiu estabilizar a equipe. A reação final garantiu a permanência na Série A e a vaga continental.

Santos FC
Foto: Reinaldo Campos/AGIF

O retorno de Neymar em meio ao caos

Em meio às turbulências institucionais, 2025 também ficou marcado pelo retorno de Neymar ao futebol brasileiro. Apresentado com grande festa na Vila Belmiro no fim de janeiro, o ídolo reacendeu a esperança da torcida poucos meses após o rebaixamento à Série B.

Aos 33 anos, porém, o camisa 10 sofreu com lesões ao longo da temporada. Foram quatro problemas físicos — três musculares e uma lesão no menisco do joelho esquerdo — que limitaram sua participação a apenas 28 partidas. Ainda assim, Neymar foi decisivo nos momentos finais: marcou 11 gols e distribuiu quatro assistências, sendo fundamental na arrancada final do Santos FC no Brasileirão, com cinco gols e uma assistência nos últimos quatro jogos.

O atacante renovou contrato em junho sem grandes entraves e vive agora um novo processo de negociação para estender o vínculo ao menos até o meio de 2026, período considerado estratégico pelo clube.

Eliminações e frustrações do Santos FC nas copas

Dentro de campo, o Santos FC não correspondeu às expectativas nas competições eliminatórias. Na Copa do Brasil, caiu logo na terceira fase, eliminado pelo CRB nos pênaltis, em Maceió. No Campeonato Paulista, a equipe chegou à semifinal, mas foi eliminada pelo Corinthians, ampliando o clima de frustração entre os torcedores.

Instabilidade fora das quatro linhas

Se dentro de campo o clube sofreu com oscilações, fora dele a situação não foi diferente. Ao longo do ano, o Santos acumulou trocas na gestão do futebol. Alexandre Gallo, Paulo Bracks e Pedro Martins deixaram seus cargos, expondo a fragilidade estrutural do clube.

Um dos episódios mais emblemáticos ocorreu quando Pedro Martins declarou que o “saudosismo iria matar o Santos FC”, frase que repercutiu negativamente e acelerou sua saída. Em meio à crise, o clube apostou na contratação de Alexandre Mattos, ex-Cruzeiro, para assumir a direção de futebol na segunda metade do ano.

Agora, Mattos tenta dar estabilidade ao departamento, reorganizar o elenco e sustentar o trabalho da comissão técnica de Juan Pablo Vojvoda. A avaliação interna é de que, com menos improvisos e mais planejamento, 2026 pode representar um novo capítulo para o Santos.

Depois de sobreviver ao caos, o Peixe fecha o ano com esperança — ainda cautelosa, mas real — de reconstrução.