Por: Luis Gustavo Marine Marine
A Vila Belmiro viveu um enredo digno de novela na noite desta quarta-feira. Neymar, protagonista absoluto do Santos, foi do êxtase ao drama em 90 minutos: marcou um gol “estilo Romário”, encerrou um jejum de três meses, comemorou com família e amigos… mas acabou decidindo o empate por 1 a 1 ao cometer o pênalti que deu o gol ao Mirassol no segundo tempo.
Gol de craque do Santos: Neymar revisita Romário e põe fim à seca
No seu terceiro jogo consecutivo como titular, após as partidas contra Flamengo e Palmeiras, Neymar mostrou lampejos do velho brilho. Aos poucos minutos da primeira etapa, recebeu um lançamento perfeito de Lautaro Díaz, partiu desde o meio-campo com liberdade e finalizou com a frieza que lhe é característica.
A cena valeu como catarse: dancinha, abraço em André Balada — hoje comentarista da ge tv e ex-companheiro no Santos — e dedicatória emocionada à família presente no estádio. A esposa Bruna Biancardi e as filhas Mel e Mavie acompanharam o momento que marcou o fim de um jejum incômodo: seu último gol havia sido em 4 de agosto, diante do Juventude.
No intervalo, ainda envolvido pela adrenalina do gol, Neymar citou seu maior ídolo no assunto “frieza frente ao goleiro”:
“Aprendi isso com o Romário. Na área, você tem que ter mais calma do que o médico em uma cirurgia.”
Do céu ao inferno: pênalti muda tudo
Mas o roteiro reservado para o segundo tempo não era de redenção. Em um lance isolado, mas claro, o camisa 10 deu um chute na perna de apoio de Reinaldo dentro da área. Pênalti marcado sem contestação. O próprio lateral do Mirassol converteu e colocou o 1 a 1 no placar.
O gol derrubou o ritmo do Santos, que já não repetia o ímpeto ofensivo da etapa inicial. Neymar ainda teve grande oportunidade para se redimir nos minutos finais, mas desperdiçou na pequena área. Robinho Jr., em contrapartida, protagonizou bela jogada individual que quase garantiu a vitória — sem sucesso.
Montanha-russa emocional
A noite do craque santista deixa sentimentos mistos na Vila: o gol que reacende confiança, a influência técnica que voltou a aparecer, mas também o erro decisivo que custou dois pontos a um time que precisa somar.
De herói a vilão em apenas um jogo — exatamente o tipo de drama que Neymar, para o bem e para o mal, sempre foi capaz de produzir.
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