Santos: Vojvoda reage às reclamações de Neymar e surpreende em coletiva pós-jogo

Mesmo após a derrota do Santos por 3 a 2 para o Flamengo, no Maracanã, o técnico Juan Pablo Vojvoda evitou criar polêmica sobre o comportamento de Neymar, que reclamou ao ser substituído na reta final da partida válida pela 33ª rodada do Campeonato Brasileiro. O camisa 10 deixou o gramado visivelmente irritado e seguiu direto para os vestiários, sem acompanhar o restante do jogo no banco de reservas.

Durante a coletiva, o treinador do Santos tratou o episódio com naturalidade e destacou que o atacante não desrespeitou ninguém ao demonstrar frustração com a troca.

“Quanto a Neymar, é lógico que se chateou, como se chateia outro jogador, mas eu decido quem tem que sair. Considero totalmente normal se ele estava chateado. E, mais: tem que ser assim, muitas vezes, sempre com respeito”, afirmou.

Vojvoda reforçou que a atitude do camisa 10 faz parte do espírito competitivo, especialmente em um momento delicado na temporada.

“Ele não faltou com respeito nem nada. Jogadores querem jogar e ajudar o time neste momento difícil para o clube”, completou.

Estratégia e leitura de jogo do Santos

O técnico argentino também explicou a escolha por utilizar Neymar como falso 9, buscando explorar os espaços na defesa rubro-negra e equilibrar o duelo diante de um Flamengo dominante na posse de bola.

“Minha opção foi colocar o Neymar nessa posição, mas com liberdade para se movimentar e buscar a bola. Tínhamos as transições com Guilherme e Barreal, laterais com profundidade, e uma estratégia para enfrentar um adversário que teria mais posse. No primeiro tempo, defendemos bem e sofremos apenas em uma bola parada.”

Segundo Vojvoda, o segundo tempo fugiu do planejado após o Flamengo ampliar logo no início.

“Tomamos um gol muito cedo, e isso me chateou. Queria chegar aos 30 minutos com o placar curto, porque sabíamos que o jogo poderia mudar no fim — e foi o que aconteceu”, lamentou.

Reação e espírito de luta

Mesmo com o revés, o treinador valorizou a reação da equipe, que diminuiu o placar com dois gols nos minutos finais e mostrou poder de luta até o apito final.

“Eu quero isso dos jogadores: compromisso e entrega. Mesmo perdendo por 3 a 0 no Maracanã, continuamos lutando. O Santos não vai desistir. Estou com dor e sofrendo, como os jogadores e o torcedor, mas o time vai seguir lutando até o fim”, declarou.

Pedido à torcida do Santos na Vila

Vojvoda aproveitou a entrevista para convocar o torcedor santista a apoiar a equipe nos próximos dois compromissos na Vila Belmiro, contra Palmeiras e Mirassol — confrontos decisivos na luta contra o rebaixamento.

“Quero o torcedor que empurra o time, que faz da Vila um caldeirão. Depois do jogo, ele pode avaliar se fomos bem ou mal, mas durante os 90 minutos precisamos desse apoio. Estamos em um momento que exige união total. Os jogadores precisam da torcida, e eu também”, afirmou o técnico.

Situação na tabela

Com o resultado, o Santos permaneceu na 17ª colocação, dentro da zona de rebaixamento, com 33 pontos, dois a menos que o Vitória, primeiro time fora do Z-4.

O Peixe volta a campo na sábado (15), às 21h, contra o Palmeiras, na Vila Belmiro, em duelo decisivo para manter viva a esperança de permanência na Série A.