STJD julga Miguelito, do Santos, por acusação de injúria racial em jogo contra o Operário-PR

O meia-atacante Miguel Terceros (“Miguelito”), emprestado pelo Santos ao América-MG, será julgado pelo STJD na próxima segunda-feira (19/05) por suposta injúria racial durante o jogo contra o Operário-PR, em 4 de maio, pela Série B. O boliviano é acusado de chamar o atacante Allano de “preto cagão” – alegação que nega, afirmando ter usado apenas expressões genéricas de frustração (“merda do caralho”) sem intenção discriminatória .

Miguelito responde pelo artigo 243-G do CBJD, que prevê suspensão de 5 a 10 jogos e multa de até R$ 100 mil em caso de condenação. Paralelamente, a Justiça comum investiga o caso sob a Lei 7.716/89 (crime de racismo), com pena de até 5 anos de prisão. A defesa do jogador conseguiu evitar audiência de custódia e aguarda análise de imagens inéditas pela ESPN, que transmitiu a partida .

Enquanto aguarda o julgamento, o atleta segue atuando normalmente pelo América-MG. O Santos, seu clube detentor do passe, monitora o caso à distância – a diretoria alvinegra preferiu não se manifestar até a decisão final. O Operário-PR, clube da vítima Allano, cobrou punição exemplar e reforçou seu compromisso com o combate ao racismo no futebol .

Detalhes do incidente do jogador do Santos:

• O árbitro Alisson Furtado registrou na súmula o protocolo antirracismo ativado após a denúncia de Allano.
• Miguelito alega que as falas foram direcionadas ao juiz, não ao adversário, em um contexto de protesto por marcações.
• Testemunhas do Operário-PR, incluindo o volante Jacy, corroboraram a versão da vítima à polícia .

O STJD deve priorizar a análise das provas audiovisuais disponíveis. Especialistas em direito desportivo avaliam que, mesmo sem gravação direta do suposto insulto, o conjunto probatório (incluindo testemunhos e histórico comportamental) poderá definir a condenação ou absolvição.

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